Páginas

sábado, 5 de dezembro de 2020

pés descalços

Os meus últimos ciclos menstruais têm me deixado extremamente reflexiva, especialmente nos últimos dias tenho pensado bastante.

Pensado se tenho sido tola por me jogar sem para-quedas numa história que, desde o princípio, qualquer um/a teria pulado fora antes de sequer começar.

Mas, há muito não me permitia viver assim, de olhos fechados e coração aberto, com todas as consequências possíveis.

De início a surpresa desse encontro foi o chamariz, porém não foi a única razão que me fez permanecer, mas também a admiração e a sensação palpável quando estávamos juntos, e, principalmente o fato de parecermos tão conectados, até nas roupas – risos.

Um ano após aquele primeiro beijo inesperado, cá estou, vulnerável, com todos os sentimentos à flor da pele.

Não me arrependo de ter mergulhado sem reservas, mas como é maluco não ter controle dos próprios sentidos, hein?

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Inteligência emocional ?

O título desse post talvez tenha feito você pensar que se tratava de um post de algum/a coach com especialização em inteligência emocional, sim? Ou que eu havia extraído de algum texto afim, algum trecho, mas não. Na verdade é uma tentativa de ser minimamente coerente.

É sabido que o tempo é cruel, a velocidade com que ele passa, não é justo. E nem estou me referindo aos entes queridos que perdemos ao longo da vida, estou me referindo especificamente às lembranças felizes e a sensação boa que elas nos trazem, que, no afã de viver tudo ao mesmo tempo, elas se esvaem tão rapidamente. 

E, na confusão do dia a dia, quando estamos com o coração machucado ou com os pensamentos nebulosos, é muito mais fácil recorrermos às lembranças infelizes que vivemos. E qual seria a razão disso? A resposta talvez esteja no sentimento que tal memória nos traz e não ao motivo necessariamente. De ser abandonada, por exemplo.

Um dos meus desafios pessoais tem sido me manter com os pés firmes no aqui e no agora, nos dias felizes que construí apesar dos dias tristes, todavia, confesso que não tem sido fácil. Não sei se posso atribuir essa piora ao ano que estamos atravessando ou se ao amontoado de sentimentos que me permiti sentir, o fato é que amadureci mais nesses quase 11 meses do que nos últimos 4 anos. 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Tristeza

 Certa vez estava conversando com minha prima sobre uns dias em que estive entristecida. 

Chegamos ao consenso de que todos exigem que a gente viva uma felicidade que é irreal, que estejamos o tempo inteiro risonhas por mais que o nosso mundo interno esteja em ruínas e isso não saudável para quem está fingindo estar contente quanto para quem vê essa "felicidade". 

Concluímos que não há nada de errado em demonstrar tristeza, em estar triste, em se sentir triste.

Que não precisamos maquiar a dor, a dor precisa ser sentida, algo não está certo, esses sentimentos precisam estravazar de você. Se permita sofrer, não precisa se sentir culpada por estar triste. Amanhã o dia fará um sol bem bonito e aos poucos você vai ser feliz por nada outra vez. 

Enquanto isso, faça um pouco de cada vez, não se cobre, só continue a nadar. 



terça-feira, 25 de agosto de 2020

Pensamentos intranquilos

Ontem à noite li um tweet que me deixou intrigada não pelo teor do que estava ali e na verdade não entendi bem o que me inquietou. Hoje, após conversar e colocar tudo o que estava represado fora da minha mente, consegui enxergar com mais clareza o que estava ali.

Vou explicar.

Bom, desde nova observei e vivenciei comportamentos que não gostaria, e, decidi que estes não fariam parte da minha vida adulta, como o ciúme. Não gosto da ideia, muito romantizada, de que o outro é “sua metade”, como se você ou o outro fosse uma pertença, uma posse, um objeto.

(Sem contar que impõe uma responsabilidade que nem é do outro, mas isto é tema para um outro post)

Venho tentado evitar esse sentimento porque não gosto da sensação que vem no combo: a insegurança. Que está intrinsecamente ligada ao controle e é aquilo: admitir que não temos controle nos deixa aflitos. E quem quer sentir isso? Mas, depois de um tempo, é um alívio admitir que de nada temos certeza absoluta, tampouco sobre sentimentos.

O que tô tentando dizer (e falhando) é que a sensação que esse tweet bobo me causou, na verdade, foi uma verbalização, um lembrete social, uma preocupação alheia, que, eu, sequer, deveria ter registrado.

Por qual motivo as pessoas se acham no direito de questionar as tuas escolhas pessoais? Se elas não interferem em nada na vida de ninguém e te fazem sentir bem? 

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Sinais mistos


Inferno astral findando, mas honrando o seu propósito de virar minha vida do avesso e me fazer perder todo o orgulho que eu achava que precisava ter e me deixando na lona. Literalmente.
Não sei se ocorre com os demais signos, suspeito que não, mas os signos de água tendem a ser sensitivos, a perceberem as coisas ao menor sinal de mudança, talvez seja uma forma do caranguejo se prevenir e se esconder na sua “casinha” a tempo.
Nesse sentido, tenho observado, quase como uma narradora-personagem, algumas mudanças nas pessoas à minha volta e nos seus respectivos comportamentos.
Mudanças, principalmente as negativas, me assustam em demasia e depois, de uma situação que experienciei, passei a antecipar esse tipo de coisa.
Eu odeio essa sensação de que não posso fazer nada para mudar, ainda mais em tempos pandêmicos que você mal pode ir pessoalmente até a pessoa dizer o que quer dizer.
repost / trecho música "quando crescer" da Fresno
Para mim não há nada pior que mensagem instantânea, elas são a bênção do século XXI, mas também a maldição.
É como se num clique você eliminasse a pessoa da sua vida, mas e os sentimentos? Para onde eles vão? Para a lixeira como a conversa, com as fotos? E a troca? O que faço com ela? É muito complicado fazer essa transição de tudo para nada.
Quer saber? Não quero aprender a deletar tudo que vivi num piscar de olhos por mais que doa lembrar das pequenas coisas, como das vezes em que fiquei observando sem ser notada.

domingo, 5 de julho de 2020

Perfeitas imperfeições

Hello, strangers...


Acho que a sensação mais enervante é a de não poder controlar as coisas, o seu micro universo, seus sentimentos, sua vida. E é essa é a sensação da qual todos nós fugimos, fugimos da sensação de sermos reféns do outro, de estarmos nus emocionalmente.
Nos envergonhamos de expor nossos sentimentos, nossas mazelas, nossos defeitos, esses que escolhemos maquiar tão estrategicamente.
Mas são justamente esses vincos que nos tornam singulares, especiais e diria até atraentes, de certa forma.
E isso me fez lembrar a arte chinesa conhecida como kintsukuroi, já ouviu falar? 
Consiste em consertar cerâmica com ouro e laca, os chineses acreditam que o imperfeito tem mais valor porque nele estão as marcas do tempo, dos erros, dos acertos, das dúvidas, das certezas.
Então porque nos empenhamos tanto em não nos mostrar como de fato somos?



domingo, 28 de junho de 2020

Inferno AStral



A primeira vez que entendi o significado de inferno astral foi quando um ex me explicou e ele sabia muito a respeito e, não sei se porque fiquei sugestionada, mas a partir de então aquela explicação começou a fazer sentido para mim.
Bom, considerando o período pandêmico e que muito provavelmente não irei comemorar (assim como milhares de pessoas não puderam/ão) da forma como gostaria cercada das pessoas que gosto, bebendo bolo com cerveja e dançando cacuriá ao som de alguma música pop, resolvi procurar o que inferno astral significa.
Segundo o site “Astral Centro”:
“O período de Inferno Astral em cada signo corresponde aos últimos 30 dias de seu ano. Nessa época, o sol começa a caminhar pela última casa do Mapa Astral. Segundo a astrologia, esse lugar representa o inconsciente e uma energia confusa que não se consegue entender bem, atraindo pessoas, situações e fatos confusos gerando, assim, a má fase e o mau humor do período.
Nesta fase, há pessoas que ficam doentes, sofrem perdas e passam por situações de muita confusão e indefinição até que o Inferno Astral vá embora”.

O que esse site diz não foge das informações que possuía, todavia, resolvi que esse ano meu inferno astral vai ser bom, vai ser resolutivo, vai ser um encerramento digno de ciclo, vou agradecer aos meus anos bem vividos, às experiencias dos últimos 11 (onze) meses, às podas que tive que fazer, ao aprendizado, ao crescimento pessoal e espiritual, as pessoas que conheci e reconheci, ao autoconhecimento adquirido, às lágrimas derramadas, aos pores de sol, aos impulsos, por eu ter aprendido a deixar entrar, pelo recomeço.
Não vou fingir que não estou morrendo de medo da nova idade, das responsabilidades, dos sonhos que pretendo realizar, de tudo que ainda que tenho a viver, porém, a vontade de ver tudo isso é maior que o medo de ficar sentada vendo a vida passar.
Como disse Clarice Lispector, “...o que eu desejo ainda não tem nome”.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Hoje eu acordei apaixonada.




Acordei com meu celular tocando, era a moça dos móveis dizendo algo que àquela hora da manhã era difícil de entender sem tomar café antes, apesar de ter acordado abruptamente, olhei para o céu e estava especialmente lindo, senti meu coração leve e fiquei pensando sobre o dia de hoje, o dia dos namorados e da minha relação com ele através dos anos.
Já vivi sensações diferentes. Passei alguns anos namorando e me sentia obrigada a comprar presentes, a fazer isso ou aquilo, claro que também fazia porque queria, mas era como se aquela obrigação de comemorar e demonstrar ficasse no ar, sabe? Noutros passei me sentindo muito mal porque a data era uma espécie de constatação da minha incapacidade de manter um relacionamento, embora eu soubesse que não era nada disso era assim que as pessoas me faziam sentir, já passei sem ligar pra data.
Nos últimos anos, em particular neste, não obstante ao momento que estamos vivendo, não sei se tem relação com a lua em peixes, mas acordei inexplicavelmente apaixonada, como quando era adolescente e costumava acordar assim (quase) todos os dias.
Não que meu coração esteja imune, porém o sentimento de hoje não tem relação nenhuma com ninguém, é mais um sentimento de gratidão por estar viva, por ter tantas pessoas especiais ao meu lado, por me sentir imensamente amada e principalmente por conseguir sentir, me entregar, me jogar fundo numa relação por mais que o fim nem sempre seja feliz e isso me dá fôlego para viver porque a vida a única certeza que a gente tem é do hoje, do agora, portanto, se joga!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...