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quinta-feira, 13 de junho de 2019

A garota da vitrine

Domingo enquanto procurava um filme semelhante à "Uma linda mulher", me deparei com o título "A garota da vitrine" ou "Shopgirl" e resolvi dar uma chance, já que a sinopse soava interessante.
Bom, o filme tem um narrador que se faz presente em alguns momentos, muitas cenas sutis onde a interpretação é tudo que se pode perceber, pois não há tantas falas quanto filmes hollywoodianos, a que se está acostumada (tô procurando me habituar a filmes com roteiros menos óbvios). 
O filme conta a estória de Mirabelle, uma jovem que muda de cidade e trabalha na Saks e vende luvas, sim...luvas! Aquelas que se usa com vestidos de gala. 
Mirabelle conhece Jeremy na lavanderia num dia comum enquanto dobrava suas roupas e conhece Ray quando este vai comprar um par de luvas pretas. Não conhece os dois ao mesmo tempo, há um momento em que um deles retorna à vida dela, mas ela já está saindo com o outro, embora este tivesse a alertado de seu desejo de manter as opções em aberto. 
Os diálogos com o Jeremy rendem boas risadas, eu garanto, dada a falta de noção por parte dele com regras básicas de convivência e a ingenuidade da personagem. 
O Ray representa o arquétipo de homem dos sonhos, educado, envolvente, charmoso, abastado, tudo o que uma garota foi ensinada a querer (graças aos céus este padrão está mudando!), o desenrolar da trama surpreende (ao menos a mim) bastante. 
O que permeia o filme e me deixou reflexiva, é análise bastante coesa e atual, apesar do filme ser de 2005. 
Antes de mais nada, é preciso dizer que o enredo é baseado no livro de mesmo nome escrito pelo ator Steve Martin (que interpreta o Ray no filme) e trata sobre os relacionamentos modernos (Bauman teria bastante o que dizer sobre) em que as pessoas, por receio de sucumbir à paixão e consequentemente medo de sofrer, de se envolver plenamente e preferem deixar o outro à uma distância "segura", porém acabam sofrendo e fazendo o outro sofrer. 
Além disso, o filme também mostra que mudamos a vida do outro sem perceber e talvez algo dito, por mais singelo que seja, pode transformar complemente a vida de alguém, portanto, é preciso ter responsabilidade quando tocamos a vida do outro. Empatia sempre. 

Por fim, espero não ter tirado a vontade de vocês de assistirem ao filme. Vale muito a pena. 

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