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quinta-feira, 13 de maio de 2021

Terapia

Há mais de um ano comecei a fazer terapia, porém fui há pouquíssimas sessões, entre outros motivos, a pandemia. 

E, infelizmente, desde então não retomei, motivo que me deixa bastante entristecida. 

Mas o que me traz aqui é exatamente uma das coisas que ela me disse e essa lembrança me veio à mente antes de ontem quando uma amiga conversou comigo sobre objetivos de vida. 

E na última sessão a minha terapeuta me pediu para listar os meus propósitos para aquele ano (2020) e coincidentemente minha amiga recebeu um dever de casa semelhante: listar os objetivos de vida ou propósitos como tenho lido aqui e ali. 

Não tive a chance de levar essa lista para minha terapeuta (aqui vamos chamar de Amanda) ou sequer cheguei a pensar sobre, pois uma coisa acabou tropeçando na outra, mas nessa semana em que estou de TPM, comecei a pensar. 

Essa minha amiga (e outra amiga também) me falou algo que ficou na minha mente: "nunca foi meu objetivo de vida construir uma família ou ter alguém". 

E até bem pouco tempo também nunca tinha sido meu objetivo, pois, como ela, também sempre estive focada nos meus estudos, primeiro era terminar o 2º grau, depois veio o cursinho, vestibular, universidade e agora pós, então sempre teve algo prioritário e minha vida pessoal afetiva foi deixada de lado. E até bem pouco tempo atrás isso nunca foi um problema, nunca tinha pensado muito sobre. A minha família de sangue e de coração (como chamo meus amigos) sempre me bastou. 

Tudo isso me levou a alguns questionamentos: O que temos feito para que isso mude? Por quê essa cobrança? Os homens também pensam assim? 

Não tenho feito nada inovador para mudar essa minha realidade porque a carreira profissional e consequente independência financeira ainda é meu maior objetivo e talvez essa cobrança súbita seja uma resposta a imensa quantidade de amigas paridas ou gestantes que bombam o meu feed diariamente (e eu amo ver os bebês delas, amo de paixão!). 

Tenho a total certeza que nenhum homem se inquiete, sequer perca uma noite de sono por nenhuma dessas questões porque a sociedade é projetada de modo a lhes favorecer e biologicamente podem ter filhos a qualquer tempo, enquanto nós, mulheres, temos um "prazo de validade". 

Além disso, tenho uma visão otimista demais de que há uma pessoa reservada para cada um de nós, talvez não corresponda às nossas expectativas, talvez não seja amanhã nem depois, mas se a gente permitir (porque tem isso, né?) que alguém nos olhe de verdade, a magia do encontro acontece sim. 

Por enquanto vou tentando, um dia de cada vez. 



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