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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Sumir

 A gente subestima o quanto uma lembrança pode ser maléfica até estar cara a cara com ela. 

Anteontem olhei de longe uma pessoa que me machucou imensamente, provavelmente nem lembra que fez aquilo ou se importou de fazer, e eu do alto dos meus vinte e tantos achei que não iria me magoar vê-lo de relance, mas, ao que tudo indica, estava enganada. Tudo aquilo que vivi veio à mente, o mal estar, a sensação de ser descartada, tudo. 

Apesar de eu não ser mais a mesma garotinha indefesa de antes, ainda há fragmentos dela dentro de mim e essa mesma garotinha só queria sumir. 

Mais um na multidão

Li numa rede social “não há nada pior que se sentir sozinho mesmo estando cercado de gente” e é a tecla que eu sempre bato: de que adianta estar num relacionamento, mudar o status de relacionamento e continuar se sentindo só.

Quando eu era mais nova tinha mais aquele anseio de estar sempre rodeada de pessoas, talvez pela minha natureza extrovertida e pela memória afetiva da minha família barulhenta, inclusive saudades disso.

Mas, à proporção que fui crescendo, amadurecendo, certas crenças são desfeitas e o véu da ingenuidade é retirado (muitas vezes) bruscamente, percebi que o que desejo é uma companhia de verdade, alguém que esteja realmente para mim e eu para ele, independente do que for, não só para postar fotos bonitas e legendas melosas (nada contra, as adoro, por sinal). 

O que importa é ter com quem contar no final da estrada. 

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