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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Registro, logo existo

Cada vez mais percebo que as pessoas estão vivendo através das telas dos smartphones, seja num show de música eletrônica ou num culto religioso.
As pessoas estão constantemente registrando momentos e deixando de vive-los enquanto eles estão acontecendo naqueles 3 segundos, que, segundo a ciência é o tempo que dura o presente - lembro de ter visto uma matéria sobre o tema há alguns anos no Fantástico.
Costumava publicar bastante no perfil que tenho numa rede social, todavia, com o advento de uma ferramenta nova, desta rede em específico, passei a publicar fotos que ficam exibidas apenas por 24 horas e, com o passar do tempo, deixei de publicar as fotos que ficam em exibição por tempo indeterminado.
O que percebi é que passei a reparar mais no mundo ao meu redor, nas cores, nos acontecimentos enquanto eles estão e não quando já foram. Talvez isso seja o que chamam de exercício de atenção.
Falando assim parece que já atingi o nirvana ou algo do tipo. Gostaria, mas ainda não e estou bem longe disso.
O que estou tentando dizer é que deveríamos experimentar ver a vida menos pela lente da câmera do celular e ver mais com os nossos olhos, sem sentir a necessidade de mostrar para quem quer que seja aquilo que se pode eternizar com a memória, com o afeto. Mais abraços, mais beijos, menos "stories". 
    Foto retirada do ig @cometacavalo

Espaço

Quando você pensa sobre a palavra "espaço", o que vem na sua cabeça? Bom, se você for buscar no Google (oi, me patrocina rsrs) a primeira coisa que irá aparecer será o link da página da Wikipedia que conceitua o que é "espaço sideral". Duvida? tenta e me conta depois.
Pois bem, quando intitulei este post estava me referindo ao espaço físico ou emocional que algo ou alguém pode ter na nossa vida.
Comecei a refletir sobre quando enviei uma mensagem (e li) para uma amiga em que falava sobre o espaço que uma determinada pessoa ocupava na minha vida e o engraçado foi que usei a expressão "armário da minha vida" e isso me remeteu àquela música do Cícero, que particularmente amo, chamada "Ensaio sobre ela". Tem um trecho assim: "eu nem vi, quando você espetou sua casa aqui, quando você espalhou seu suor em mim, ameno...".
E, assim como na música o espaço construído por esse cidadão de modo sutil, despretensioso e que não me dei conta até digitar essa mensagem para essa amiga.
E é louco pensar como as pessoas entram nas nossas vidas. Já pararam para pensar nisso? O que me remeteu à outra música, aquela "Encontros e Despedidas", salvo engano é da Maria Rita (me corrija se eu estiver errada, por favor) na qual a letra diz "tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais...".
E é bem isso, não? Não sabemos se a pessoa está de passagem ou se veio para ficar até que ela efetivamente fique ou vá.
Se nada na vida é garantido, para quê pensar demasiadamente ao invés de viver?
Porque são nesses momentos em que a vida grita: - " só vai!!!!!!!!!!!!!!!!!!".


E eu fui.


domingo, 9 de fevereiro de 2020

EXPECTATIVAS: NÃO AS CRIE (EM NENHUMA HIPÓTESE)




Talvez você esteja pensando que vou discorrer sobre relacionamentos amorosos mal-sucedidos, não é mesmo? Bom, poderia ser porque, infelizmente e felizmente, tenho material para isso, mas não desta vez.
As expectativas a que me refiro são com relação à vida adulta que é tão superestimada e posta num pedestal de “a melhor” em relação a infância e à adolescência (ok, essa realmente eu poderia ter pulado), todavia, não passa de uma busca incansável por uma juventude perdida, por sonhos não vividos e estabilidade financeira, que, eu, do alto dos meus 26, achei que já teria atingido.
Espero que você leitor não fique achando que é só de fracassos que a vida adulta se trata, pelo contrário. A famigerada “chave de casa” e as implicações dela advindas acontece, você não precisa ligar para alguém abrir a porta ou ter hora para chegar tampouco teus pais vão se importar com a hora que chegou, quer dizer vão sim, mas só pela manhã porque o sono é prioridade. Risos.
Talvez as pessoas que você achou que poderia contar te decepcionem e mostrem o quão o mundo pode ser bem louco e se você não tiver estabilidade emocional, já era.
Inclusive, estabilidade emocional é uma coisinha que você vai precisar relevar porque, provavelmente, será facilmente perdida e há uma boa chance de um surto ou dois por semana, portanto, corra para a terapia e entre na fase adulta analisado (a).
Aprenda a gostar de você, a ser autêntico porque é um desejo legítimo, a amar seu corpo, seu rosto, suas estrias, você por completo. E vê se não pira se o cara que você achar legal não curtir nada disso em você. Ele que se f*d@.
Escrevo isto com a vã esperança de que estarei melhor quando termina-lo e poderei concluir minha contestação trabalhista (até porque sozinha ela não se redigirá, não é mesmo? Risos sarcásticos misturados com choros).

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