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quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Recapitulando: Distância, cotidiano e amor na sociedade contemporânea

Sei que ando distante desse espaço onde outrora fui tão presente. Talvez pela velocidade e a efemeridade da vida. 

A escrita sempre foi extremamente terapêutico para mim e continua sendo, apenas deixei de publicar. 

Há mais de um ano publiquei aqui sobre como a dança da vida nos afasta de algumas pessoas e não ironicamente me afastei deste espaço. Talvez precisasse desse tempo de reflexão para entender direito esses movimentos migratórios. 

A verdade é que a realidade é bem menos poética do que imaginava. O cotidiano pode ser frio e as pessoas, bom... elas simplesmente não se importam se você está andando com o coração sangrando, elas querem que você produza e, provavelmente por isso não consegui extrair outra coisa senão pedra. 

Para não dizer que não escrevi nada além daquele texto publicado em janeiro, em maio do ano passado escrevi um texto de despedida para um amor que foi embora e cometi o equívoco de achar que tivesse me despedido dele, mas não é o que de fato aconteceu. A gente não exorciza simplesmente alguém com uma carta. É possível elaborar os sentimentos, concatenar a ordem dos acontecimentos, mas o luto... infelizmente não finda na hora que desejamos. 

Recentemente comecei a ler "Eu existo no olhar do outro?", livro de autoria da Ana Suy e do Christian Dunker, o livro é organizado através de conversas entre ambos e em dado momento eles estão falando que sentimentos falta do olhar do outro sobre nós e da forma como nos enxergamos através desse olhar, podemos nos amar mais ou menos. 

Isto me fez pensar que talvez o que sentimos falta seja como aquele olhar do outro sobre nós nos faz sentir. Será que ainda buscamos nos sentir valorizadas(os)/validados(as) pelo outro?

Por qual razão ainda buscamos as mesmas coisas que buscávamos no início do século passado? Deixando claro que me refiro às mulheres, mas se bem que os homens não alteraram seu status quo, em que pese exista uma parcela que conjecture que a independência feminina retirou a masculinidade dos homens - o que é, no mínimo engraçado. 

Voltando ao ponto anterior, por qual motivo ainda buscamos um companheiro para nos sentir vitoriosas? Conquistamos educação, direito ao voto, direito de decidir sobre o próprio corpo (mais ou menos), podemos viajar para onde queremos (dentro do orçamento de cada uma) com ou sem companhia e ainda estamos procurando por "ele". 

Esse estereótipo reforçado pela sociedade, pela mídia, pelo sistema, é tão somente uma forma de controle e devemos nos perguntar: a quem serve este controle? 

Neste sentido, tenho uma sugestão de filme que está em cartaz nos cinemas brasileiros, chama "Amores Materialistas" e tem o Pedro Pascal, a Dakota Johnson e o Chris Evans no elenco. 

O filme é um convite para pensar sobre como estamos nos relacionando e nos questionar: no fim das contas o que, de fato, importa quando nos interessamos por alguém?




sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Carta Aberta

 Para cada lugar que a gente se despede, tem outro fazendo festa pra nos receber.”

Não sei de quem é a autoria dessa frase, mas ela tem ocorrido à minha mente há alguns dias.

E, de fato, é a mais pura verdade Nos últimos meses me distanciei a contragosto de amigos que jamais pensei que me afastaria, amigos que considerava como minha família e outros que se tornaram família em um curto espaço de tempo.

Ver as pessoas aparentemente seguirem a vida sem ao menos se darem ao trabalho de entender o que realmente aconteceu, tem desafiado tudo o que tenho aprendido ao logo da vida e isto reflete tão somente a expectativa que criei em relação às pessoas - a essa altura já deveria ter aprendido que não se deve esperar nada de ninguém porque a tendência natural do ser humano é nos decepcionar.

Sempre tive dificuldade de me despedir, talvez por isso insista até a última gota de possibilidade em relação à tudo, especialmente no que diz respeito às amizades, porém, preciso entender que de nada adianta insistir em quem expressamente já foi embora. 

E como disse a frase no início do texto, há sem dúvidas pessoas queridas fazendo festa para me receber, bem como as que permanecem independente do tempo e a estas devo imensa gratidão.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Sozinha (?)

Estive pensando se o meu medo de ficar sozinha tem me guiado por escolhas ruins em termos de relacionamento. O medo que sempre me ensinaram a ter, que mulheres desacompanhadas são invalidadas, mal quistas, párias, vistas como “coitadinhas”. Quando na verdade essas mulheres optaram muitas vezes por não aceitar migalhas afetivas, que, por vezes, a gente aprende a aceitar por, novamente, medo de ficar sozinha.

Eles nunca ficam sozinhos, não é? Sempre uma de nós disposta a consolá-lo de uma fase ruim, de um relacionamento que acabou de findar, de uma fase que não está inteiramente a fim de relacionar-se, mas também não quer ficar sozinho.

Lucidez é uma droga. Por vezes gostaria de não me preocupar tanto.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

When we grow up, your heart dies

 Partir é difícil mesmo quando a escolha é nossa. A gente se acostuma a falar com o outro, a querer ouvir a opinião do outro quando acontece algum problema ou quando você assiste um episódio daquela série que vocês dois assistem e que foi ele quem indicou. 

A gente se habitua a determinadas rotinas, a ter mais ou menos a ideia que àquela hora talvez vocês se falem, saiam, se vejam e quando isso finda, é inevitável não ser afetada e que não machuque. 

Estranho seria se não machucasse. 

Só espero que os momentos bons fiquem na memória dele, assim como ficaram na minha.  

(Já) Sinto sua falta, fica bem. 




segunda-feira, 22 de maio de 2023

Primeiro passo

 Nunca me importei de dar o primeiro passo, nem o segundo, mas de uns tempos para cá tem sido custoso sim ser a única a caminhar, a única a saber aonde quer chegar. 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Lagarta

 

Durante todos esses meses estive num casulo bem quentinho, confortável, evitando ao máximo porque já estava ferida demais.

Se foi o acaso ou providência divina (fico com essa opção), mas você apareceu na minha vida numa configuração totalmente inimaginada para me dizer exatamente o que precisava ouvir e provavelmente nunca saberá disso (adoraria te contar).  

Não preciso pedir desculpas por ser quem sou: apaixonada, sonhadora, chorona, fe-liz, confusa, escandalosa, obstinada, maluca, leal com todas as minhas fibras, inclusive com aqueles que não merecem.

Tá na hora de abandonar o casulo, lembrar que sou uma borboleta e voar. 

 

domingo, 17 de abril de 2022

NUNCA MAIS

Encerrei um ciclo (ou achei que encerrei) há 10 (dez) meses e de lá para cá veio à tona muito sentimento ruim (em sua maior parte).

Há muito tenho feito (e faço) para me desvencilhar, mas hoje percebi que ainda preciso fazer muito mais.

Principalmente, preciso aprender de uma vez por todas que eu não sou obrigada a me submeter a nenhum tipo de situação que me traga desconforto NUNCA MAIS. 

 Só quero viver em paz.

 

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