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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Lost stars

De todas as ausências,
A tua é a que mais se faz presente em mim.
Meus silêncios ainda gritam teu nome,
Falta tua luz na minha escuridão.
Se tu escrevesses, certamente devolverias a graça ao meu riso.
Se tu voltasses, voltaria contigo a melodia da minha canção.
Se tu ficasses, seria feliz a vida.
Se tu me amasses, estaria pleno o meu coração.



(Karla Thayse Mendes)

Recentemente houve um evento muito triste em minha vida e me fez refletir sobre o quão impotente somos, que não temos certeza do amanhã, e sequer se estaremos outra vez com aqueles que amamos, se vamos ter a oportunidade de nos desculpar e de dizer que o amamos. Isso é um sentimento avassalador, não? De repente você se dá conta de que nunca mais terá a chance de abraçar apertado e e dizer "senti sua falta, você é importante para mim", portanto vale aquele cliché: deixe sempre quem você ama com uma palavra de carinho. 


Esse evento o qual citei é o falecimento da minha querida avó, Stela (do latim, estrela) cujo matrimônio deu origem à uma família linda da qual tenho orgulho em fazer parte. 



Falando em sentir a dor da partida, quem mais está sentindo falta dos silêncios dela é o meu avô. Afinal foi ele quem compartilhou a vida com ela durante 62 anos (o equivalente a 525,600 segundos... MUITA COISA!).



Isso me trouxe a outra reflexão: Quantos relacionamentos duram isso hoje em dia? Muitos não chegam a cinco anos, imagine 62 anos! 



Há um sociólogo chamado Zygmunt Bauman que escreveu sobre a liquidez como a sociedade é construída, ele costuma dizer que vivemos tempos líquidos, líquidos no sentido que queremos tudo e todos ao mesmo tempo e, por isso não conseguimos nos concentrar nos relacionamentos e dar a devida importância que merecem. Nos enchemos de aparelhos eletrônicos para fugir da temível solidão e com isso nos isolamos em meio a multidão. 



Segue abaixo um texto de sua autoria:



"É um mundo de incertezas, cada um por si. Temos relacionamentos instáveis, pois as relações humanas estão cada vez mais flexíveis. Acostumados com o mundo virtual e com a facilidade de “desconectar-se”, as pessoas não conseguem manter um relacionamento de longo prazo. É um amor criado pela sociedade atual (modernidade líquida) para tirar-lhes a responsabilidade de relacionamentos sérios e duradouros. Pessoas estão sendo tratadas como bens de consumo, ou seja, caso haja defeito descarta-se ou até mesmo troca-se por "versões mais atualizadas".
O romantismo do amor parece estar fora de moda, o amor verdadeiro foi banalizado, diminuído a vários tipos de experiências vividas pelas pessoas as quais se referem a estas utilizando a palavra amor. Noites descompromissadas de sexo são chamadas “fazer amor”. Não existem mais responsabilidades de se amar, a palavra amor é usada mesmo quando as pessoas não sabem direito o seu real significado."


O texto completo está em: www. lounge.obviousmag.org/de_dentro_da_cartola/2013/11/zygmunt-bauman-vivemos-tempos-liquidos-nada-e-para-durar.html



Esta mania de preencher a vida com parafernália em nada alivia a solidão que há entre quatro paredes, pois ficar com todos (ou todas) não traz consolo muito menos companhia.

Portanto, pense se não é preferível gastar um tempo de qualidade conhecendo bem uns aos outros.


Beijos e abraços.          

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