Dentes-de-leão se desfazem com um sopro,Deus deu a vida à Adão com um sopro e nossa vida passa como num sopro também,pois hoje estamos há poucos dias do fim do ano e há quem diga do fim do mundo,o que eu definitivamente não acredito.
Um sopro divino,um sopro de vento,um sopro numa vela para comemorar mais uma primavera,tudo isso me faz pensar sobre a vida,que ela acaba num piscar de olhos e a gente não valoriza o HOJE e move todos os esforços para o amanhã que infelizmente pode não chegar.
De que adianta?
Temos que por a filosofia budista em prática e apenas viver sem pensar.
ps.: Um poema que ilustra isso que escrevi.
Para Além da estrada
Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterônimo de Fernando Pessoa
Beijos e abraços.
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